quinta-feira, 1 de julho de 2010

Explorando o fundo do mar




riaturas bizarras, seres fluorescentes, imensas depressões e sistemas biológicos ainda não conhecidos. O fundo do mar permanece até hoje um mistério para a humanidade. Enquanto o espaço ainda é considerado uma das últimas fronteiras a ser explorada pelo homem, a verdade é que ainda há muito a se conhecer aqui mesmo na terra – ou melhor, na água.

Hoje, sabe-se mais sobre a geografia da superfície da lua e de Marte do que sobre o leito dos oceanos. Apesar de aproximadamente 70% do planeta ser coberto pormares e oceanos, apenas 5% já foi mapeado detalhadamente.

Os mares e oceanos abrigam quatro quintos de toda a vida no planeta. A diversidade é tanta que, a cada mergulho, cientistas descobrem novas espécies. As estimativas atuais do número de espécies a serem descobertas variam entre dez e trinta milhões, podendo exceder a da Floresta Amazônica e da Grande Barreira de Corais (situada junto à costa nordeste da Austrália) juntas.

A geografia do leito dos oceanos também é surpreendente. Debaixo d’água existem montanhas mais altas que o Himalaia, cachoeiras maiores do que as Cataratas do Niágara e mais vulcões ativos do que qualquer outro lugar no planeta. Para se ter uma idéia, o Mid-Ocean Ridge (Cordilheira do Meio-Oceano, uma cadeia de montanhas que corta os grandes mares), têm mais de 60 mil quilômetros de extensão e uma altura média de três mil metros, sendo maior que a Cordilheira dos Andes (a maior cordilheira do mundo, com 7.500 quilômetros de extensão).

E existem grandes picos também, como a montanha submersa existente entre Samoa e Nova Zelândia, que possui nove mil metros de altitude – superando o maior pico terrestre, o Monte Everest, que está localizado entre o Tibete e o Nepal e possui altitude de 8.844 metros.

Se os mares ainda são pouco conhecidos, o oceano profundo – que ocupa 85% dos mares e está imerso na escuridão – é um dos maiores e mais desconhecidos habitats do planeta. Mergulhadores profissionais só conseguem chegar a 200 metros de profundidade.

Robôs especiais chegam até seis mil metros. Porém, algumas áreas de águas profundas chegam a mais de sete mil metros. A maior profundidade conhecida no fundo do mar é a Fossa das Marianas, localizada no Oceano Pacífico, e que possui 10.911 metros de profundidade.

Dificuldades

Apesar de tanto avanço científico e tecnológico, ainda se sabe pouco – muito pouco – sobre os oceanos, e especialmente sobre as águas profundas. Isso se deve a uma série de dificuldade que devem ser vencidas para conseguir se explorar esse território submerso. Uma das maiores delas é a grande pressão existente debaixo d’água – uma pressão que aumenta com a profundidade.

No fundo do mar, a pressão da água equivale a um peso de cem toneladas. Uma bola de tênis levada a essa profundidade seria comprimida até ficar 10 vezes maior. A 2.000 metros, a esmagadora pressão da água pode arrebentar um cilindro de mergulho. Poucas criaturas conseguem sobreviver neste ambiente.

Outra barreira é a falta de luz. A luz do sol pode penetrar na água até uma profundidade de aproximadamente 30 metros. Assim, o fundo do mar é totalmente escuro, com visibilidade zero. Isso também faz com que as profundezas marinhas sejam extremamente frias, com temperaturas entre 0oC e 4oC.

Além disso, a geografia do leito dos mares também é um problema. Por não ser conhecida em detalhes e com precisão, é difícil se localizar e se locomover, pois grandes depressões, montanhas e até mesmo vulcões podem estar no caminho.

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